Estudo é importante por subsidiar tomadas de decisão para o país
A pandemia do novo coronavírus desfez inúmeros planos e projetos. Entre eles, a realização das entrevistas para a construção do Censo que deveriam ter sido realizadas em 2020 e foram adiadas por conta do vírus.
A princípio, o estudo passaria para o ano vigente, 2021. No entanto, em abril, o Ministério da Economia informou que a aprovação do Orçamento para este ano previa apenas R$ 71 milhões para a realização da pesquisa.
Levando em consideração que o montante anterior era de R$ 2 bilhões, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) suspendeu novamente o Censo. Apesar de compreender perfeitamente o momento atual e ser favorável às medidas de controle à pandemia, o Sistema CFA/CRAs não corrobora com o adiamento por tempo indeterminado da pesquisa.
Entendemos que tal decisão trará implicações danosas para a nação brasileira, haja vista a falta de embasamento estatístico e técnico para definição de políticas sociais efetivas e também de políticas econômicas calcadas na técnica.
O estudo comandado pelo IBGE é tradicionalmente realizado a cada dez anos, está previsto em lei e tem como intuito levantar informações sobre a população do país e sua condição de vida. Exatamente por isso, é indispensável para o desenvolvimento de uma gestão eficaz e que atenda a população em suas reais necessidades.
Entendemos que a coleta de dados sobre a população brasileira permite traçar um perfil socioeconômico do país e não deve ser interrompida, pois são informações essenciais para o desenvolvimento e implementação de políticas públicas.
Ademais, é necessário lembrar também que, em paralelo ao combate contra o coronavírus, há o trabalho de recuperação da economia brasileira e o Censo é fundamental para a realização de investimentos públicos e privados.
Como presidente desta autarquia, acompanho o ministro Marco Aurélio Mello na opinião de que o adiamento do Censo 2021 por falta de verbas viola a Constituição. Aguardemos o julgamento do Supremo Tribunal Federal que discorre essa semana sobre o assunto na esperança da decisão favorável à realização.
O Sistema CFA/CRAs vem travando ao longo dos anos, em especial os últimos nos quais a Gestão Compartilhada foi posta em prática, uma árdua batalha pela profissionalização da gestão. Buscamos contribuir com a construção de um projeto estratégico de nação para o Brasil a partir do nosso maior ativo: o conhecimento em Administração.
Diante de todo o exposto, o Sistema CFA/CRAs defende, veemente, a realização da pesquisa ainda em 2021, sob pena de termos prejuízos irrecuperáveis nas políticas sociais e econômicas do Brasil.
Administrador Mauro Kreuz – Presidente do CFA